A depressão é considerada um distúrbio mental grave e seus sintomas estão relacionados a: diminuição da autoestima, alterações do sono e do apetite, cansaço, diminuição do interesse por atividades que costumavam ser agradáveis e falta de concentração. Essa doença é uma das principais causas de incapacidade no mundo, e segundo a OMS, estima-se que mais de 322 milhões de pessoas sejam depressivas¹.

Um estudo realizado na Austrália analisou indivíduos com grau moderado e grave de depressão,  e comprovou que uma alimentação saudável pode contribuir com a melhora no quadro da doença.  Esse grupo adotou a dieta do mediterrâneo (frutas, legumes, grãos integrais, carne magra, peixe, nozes, sementes, azeite de oliva e especiarias) e durante 3 semanas foi possível observar melhora nos sintomas  relatados por eles no início do estudo².

Diversos nutrientes podem auxiliar no tratamento e prevenção dos sintomas da depressão, confira alguns exemplos:

• Vitaminas do complexo B (B6, B9 e B12): estudos demonstram que o consumo adequado dessas vitaminas reduz os riscos de desenvolver depressão, pois elas atuam na produção de neurotransmissores, como a serotonina que é o responsável pelo humor. Alguns exemplos de alimentos fonte dessas vitaminas são: fígado, gema de ovo, carnes, vegetais verde escuro e oleaginosas.
• Vitamina D: sua deficiência está relacionada com maior risco de desenvolver depressão, pois esse composto é responsável pela formação dos neurotransmissores. É possível encontrá-lo no leite e seus derivados, e na gema de ovo.
• Magnésio: ajuda a regular o sistema de resposta ao estresse, o que também irá prevenir a depressão. São fontes desse mineral acelga, feijão preto, abacate, peixes, frango, cereais integrais e leguminosas.
• Zinco: auxilia na regulação dos efeitos do estresse na depressão. Ele pode ser encontrado nas nozes e leguminosas
• Triptofano: é um aminoácido essencial e a sua relação com a depressão se deve ao fato de ser um precursor da serotonina. Suas fontes alimentares incluem: peixes, ovos, leguminosas, aveia, arroz integral e chocolate amargo^3-4.

Por ser uma doença multifatorial é necessário que haja uma avaliação de todos os aspectos de vida do indivíduo para indicar um tratamento adequado utilizando a alimentação como aliada nesse processo, além do acompanhamento psicológico³.

¹ GODOY, Aline Rodrigues; ADAMI, Fernanda Scherer. ESTADO NUTRICIONAL E QUALIDADE DE VIDA EM ADULTOS E IDOSOS COM DEPRESSÃO. Rev. Bras. Promoç. Saúde, Fortaleza, v. 32, n. 7534, p. 1-12, 28 mar. 2019. Disponível em: https://periodicos.unifor.br/RBPS/article/view/7354. Acesso em: 27 jul. 2020.

² FRANCIS, Heather M.; STEVENSON, Richard J.; CHAMBERS, Jaime R.; GUPTA, Dolly; NEWEY, Brooklyn; LIM, Chai K.. A brief diet intervention can reduce symptoms of depression in young adults – A randomised controlled trial. Plos One, [S.L.], v. 14, n. 10, p. 1-17, 9 out. 2019. Public Library of Science (PLoS). Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31596866/. Acesso em: 27 jul. 2020.

³ Senra, I. do C. R. Food and Depression. Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, Porto, 2017. Disponível em: https://repositorioaberto.up.pt/bitstream/10216/106793/2/207183.pdf. Acesso em: 27 jul. 2020.

⁴ CUPPARI, L. Nutrição clínica no adulto. 4ª Ed. Barueri: Manole; 2019.