Expressões de Humanidade

Expressões da Humanidade

Agradecer é continuar fazendo o bem e estimular a boa ação

Ao receber um copo d’água ou outro benefício, devo dizer muito obrigado. Ao fazê-lo, reconheço-me devedor de gratidão pelo bem recebido e a obrigação de reproduzi-lo em favor de alguém necessitado. Todo bem benfeitor ou de alguém necessitado. Todo bem recebido é dívida ética e moralmente contraída. Além disso, meu agradecimento estimula quem fez a boa ação a continuar fazendo o bem.

Solidariedade é compartilhamento, virtude, boa ação e sobretudo humano

Ela é uma das maiores virtudes; um dos fatores mais eficazes para o relacionamento humano. Ao identificar-se com o outro e sua situação, o solidário entra em comunhão com ele de maneira mais comprometida, partilhando seu ser, seu saber, seu tempo, seus bens. Nunca deixa o outro só. Com sua ação solidária constrói fraternidade, qualidade de quem é profundamente humano.

Equilíbrio é estabilidade e controle emocional, autocontrole e sobretudo virtude

O equilíbrio é a medida certa com que se deve agir; é a virtude da moderação, ponderação tão necessária ao relacionamento humano. O equilíbrio resulta do autocontrole frente às adversidades da vida. Como as coisas nem sempre ocorrem segundo nossos desejos, temos que enfrentar forças antagônicas, contrariedades da existência, o antagonismo do sim e do não. Mesmo diante de graves desaios, urge preservar a estabilidade emocional, responsável pelo auto controle. Emocional estável não permite compulsão, histeria, precipitação, causas de comportamento irrefletido , danoso. O equilibrado tem visão ampla; não se deixa prender a ninharias; ele busca o bem maior, sabe ponderar, esperar. “O homem paciente é cheio de entendimento, o impulsivo exalta a estultícia”.

Alegria é sentimento transmitido ao redor, acolhimento e chave indispensável à vida

A alegria é indispensável ao acolhimento, sobretudo, em se tratando do primeiro contato. É uma chave mágica que abre toda porta humana. É uma ordem de comando que desarma todos. O alegre é um conquistador de simpatia. Relaciona-se, quase sempre com facilidade e êxito. Qual é a razão da força da alegria? Ela indica harmonia, felicidade, desejo de todos, homens e mulheres. Ao depararmos com alguém alegre, percebemos que a felicidade é possível. Sentimo-nos acolhidos e amados por ele. O alegre valoriza-nos tanto que faz do encontro conosco uma festa. Ser alegre é ver os outros como motivo de festejo.

Tolerância: controle dos antônimos, aceitação, virtude e convivência

Tolerância é o poder de absorção de adversidades. O tolerante suporta a contrariedade, porque é superior a ela. É indulgente com os fracos. Encontra razão para desculpá-los. Oferecer-lhes sempre nova chance. Em sua mente, é certa a conversão do faltoso. A condescendência e o perdão são virtudes de quem vê o fraco acima da fragilidade. Longe de conivência, tolerância é um amortecedor emergente do amor, que se entrepões às partes, evitando atrito entre elas. Fora Deus, nada no universo é igual ou superior ao ser humano. Criados à imagem e semelhança do Divino, homem e mulher são o ápice da criação. […] Não obstante sua grandeza, o ser humano é frágil. Está sujeito a variáveis que extrapolam seu controle. Carrega em si a possibilidade paradoxal do bem e do mal. Os binomes antônimos bondade/maldade, amor/ódio, […], paciência/impaciência são algumas marcas indeléveis. […] A saúde da sociedade depende, entre outros fatores, da qualidade da convivência social. Com frequência, o convívio é comprometido por atitudes inconvenientes. Em muitos casos, a relevância é a melhor solução. Demais, ela enseja uma reflexão sobre a falta, oportunizando o malfeitor espaço para sua conversão. A vida em São Paulo, por exemplo, seria bem mais difícil e violenta, se o paulistano não suportasse as buzinadas desnecessárias; se motorista e pedestre não se perdoassem, em razão de suas imprudências; se os passageiros não tolerassem is empurrões e pisadas; […] Isso é pouco. A vida apresenta muito mais. […] Como é necessária a tolerância, a condescendência em nossa vida! Desejar que o outro seja perfeito, sim; mas supor que ele já o seja, não. Logo, presumir, excelência máxima de alguém não predispõe à tolerância. […] Quem menos exige mais tolera; quem mais tolera mais ama; quem mais ama mais gente é. Aos que praticam o “amor-tolerância” nota 10.

Perdão: uma grandeza humana, uma reconstrução, paz e salvação

A súplica de remissão, humilde e contrita, comove, quase sempre, o credor e o motiva a suprimir a dívida. […] Perdoar é absorver o culpado de um dano cometido. É desculpá-lo. Não é esquecimento do mal sofrido. Como ferimento curado, a ofensa perdoada deixa, sim, cicatriz. Essa, se bem cuidada, mesmo arquivada na memória, não interferirá na relação com o absolvido. […] A convicção da eficácia do amor justifica todo tipo de perdão. Esse embora parecendo fraqueza aos olhos insensatos, é uma das maiores expressões da gratuidade do amor. Ele é próprio dos fortes, que não se cansam de amar nem se curvam ao falacioso prazer da omissão ou vingança […]; dedica-se à plenitude da lei: o amor, única via de salvação.